Resposta rápida: mãe!
Agora deixe-me explicar desde o início e como cheguei a essa brilhante resposta.
Meu marido e eu começamos a pensar em aumentar a família em maio de 2010. Da vontade até a decisão definitiva de encher a casa de molequinhos passou um tempo, tivemos um intervalo para pensarmos nas implicações da nossa possível decisão. Decidimos mesmo em julho de 2011. E em setembro do mesmo ano começamos a tentar.
Pra quem passou a vida evitando ter filhos (porque eu era muito nova, porque eu tinha que terminar faculdade, porque tínhamos acabado de casar e era muito cedo, por vários motivos...), eu achava que engravidar era muito fácil. E assim passou setembro, a gente tentando, ... menstruação veio normalmente, nada de gravidez. Fiquei determinada, mês que vem iríamos engravidar, com certeza! Me muni de várias dicas com as amigas, com a cunhada: ficar 30 minutos sem fazer xixi, ficar com pernas pra cima até as pernas ficarem dormentes, etc etc e tal. Cortei vários itens não saudáveis da minha alimentação. Ah! Informação preciosíssima: todo mês eu fazia testes de ovulação (que detectar o aumento do hormônio LH) para saber exatamente qual era meu dia bom.
Nervosa, cheia de dicas de todo mundo em mãos, achei que era pouco. Em outubro fomos no meu médico, aquele mesmo que me atende desde meus 16 anos. Aí o cara falou: "para um casal normal, sem problema algum, a média de tempo para conseguir engravidar gira em torno de 18 meses". Um ano e meio??? Ah... desesperei!! O médico disse para esquecermos as tais pernas pra cima, não fez restrição alimentar nenhuma (uma vez que não bebo, não fumo, não uso drogas, ou seja, sou até saudavelzinha). Disse só para tentarmos segundo um calendáriozinho (dia não, dia não, dia não , dia sim, dia não, dia sim, dia não, dia sim, todo mês, a partir do sétimo dia do ciclo) e ficarmos tranquilos. Depois de um ano e meio, se não desse certo, ele iria passar uns exames mais invasivos para fazermos. Ah!! E ainda disse para só tentarmos se "meus olhinhos brilharem" , nada de fazer qualquer coisa forçada ou como obrigação.
Nessa ocasião, o médico nos passou vários exames simples (sangue, ultrassonografia, etc) e pude seguir direitinho meu ciclo. Nesse mês eu soube o dia exato da minha ovulação. Segui dia a dia o aumento dos meus hormônios, fiz ultrassonografia um dia antes de ovular. Tinha todas as informações sobre meu funcionamento em mãos. E fomos tentando, seguindo o tal calendário que o médico recomendou e... NADA!! Menstruação desceu normalmente, como todos os meses da minha vida... Decepção!
Passou novembro, dezembro... e era sempre a mesma coisa: tentativas, tentativas (ainda usando os testes de ovulação), tentativas e a maldita menstruação descia feito um reloginho, no dia certinho.
Eis que chega janeiro, minha mãe estava viajando, fui buscá-la no aeroporto. No retorno para casa fomos conversando no carro e revelei que estávamos tentando engravidar desde setembro, mas que não estávamos conseguindo. E que eu estava cansada, estava muito ansiosa e que achava mesmo que eu era um "deserto inóspito e nenhuma vida seria gerada dentro dessa COISA".
Aí, minha mãe me olhou com aqueles olhinho puxados, numa calma e tranquilidade orientais, e falou o óbvio: "se acalme, tudo acontece na hora certa, se não aconteceu, é porque ainda não chegou a hora". Todas as amigas já haviam falado isso e eu sempre fervia de raiva quando ouvia. E sempre eu respondia: "Grrrr!! Agora me diz COMO ficar calma!! Todo mundo diz que é pra ficar calma, mas como eu faço isso???? Grrkjnakjsnlad!!". Mas quando minha mãe falou, sei lá... não sei se foi o tom da voz, olhar de compreensão e carinho... sei lá o que aconteceu, eu fiquei mais tranquilia, mais acalentada. Meu pensamento foi: "agora que minha mãe já sabe e está do nosso lado, as coisas vão começar a funcionar".
Bom... essa conversa deve ter acontecido lá pelo dia 2 de janeiro. Pelas minha contas, conseguimos engravidar entre o dia 7 e 13 de janeiro, SEM TESTES DE OVULACÃO dessa vez (acabaram em dezembro). Prova de que não adiantaram as dicas das amigas, o calendário do médico, a alimentação toda controlada. O que valeu mesmo foi a tranquilidade que minha mãe me passou naqueles breves momentos no carro...